sábado, 9 de junho de 2012

"Vida simples Vida feliz"







A Felicidade é a soma das pequenas felicidades.
Soube, naquele momento, que meu conceito de felicidade tinha acabado de mudar.



Eu já suspeitava que felicidade com letras maiúsculas não existia, mas dava a ela o benefício da dúvida. Afinal desde que nos entendemos por gente aprendemos a sonhar com essa felicidade no superlativo.








De certa forma coincidia com o meio da minha trajetória de vida que eu levava, tive certeza de que a felicidade, ao contrário do que nos ensinaram os contos de fadas e os filmes de Hollywood, não é um estado mágico e duradouro.






 Na vida real, o que existe é uma felicidade homeopática, distribuída em conta-gotas.

Um por do sol aqui, um beijo ali, uma xícara de café  recém coado,




Um livro que a gente não consegue fechar, um homem que nos faz sonhar, uma amiga que nos faz rir.









São situações e momentos que vamos empilhando com o cuidado e a delicadeza que merecem, alegrias de pequeno e médio porte e até grandes (ainda que fugazes) alegrias.



Eu contabilizo tudo de bom que me aparece, sou adepto da felicidade homeopática. Se o ziper daquela calça  voltar a fechar (ufa!) ou se  pego um congestionamento muito menor do que eu esperava, tenho consciência de que são momentos de felicidade e vivo cada segundo.



Alguns crescem esperando a felicidade com letras maiúsculas e na primeira pessoa do plural:”Eu me imaginava sempre com uma mulher linda do lado, dizendo que me amava e me levando para lugares mágicos”.


Agora, se descobre que dá para ser feliz no singular:  Quando estou na estrada  dirigindo e ouvindo as músicas que  eu amo, é um momento de pura felicidade. Olho a paisagem, canto, sinto um bem estar indescritível





. Uma empresária que conheci recentemente me contou que estava falando e rindo sozinha quando o marido chegou em casa. Assustado ele perguntou com quem ela estava  conversando: Comigo mesma, respondeu. Adoro conversar com pessoas inteligentes.




Criada para viver grandes momentos, grandes amores e aquela felicidade dos filmes, a empresária trocou os roteiros fantasiosos por prazeres mais simples e aprendeu duas lições básicas:


1- Que podemos viver momentos ótimos mesmo não estando acompanhadas e
2- Que não tem sentido esperar até que um fato mágico nos faça felizes.


Esperar para ser feliz, aliás, é um esporte que abandonei há tempos. E faz parte da minha “dieta de felicidade” o uso moderadíssimo da palavra “quando”.






Aquela história de “quando eu ganhar na Mega Sena”, “quando eu me casar”, “quando eu tiver filhos”, “quando meus filhos crescerem”, “quando tiver um emprego fabuloso” ou “quando encontrar uma mulher que me mereça”, tudo isso serve apenas para nos distrair e nos fazer esquecer da felicidade de hoje.




Esperar a rainha da nossa vida, por exemplo, tem coisa mais sem sentido? Mesmo porque quase sempre os súditos são mais interessantes do que as príncesas; ou você acha que a  Camilla Parker- Bowles está mais bem servida do que a Victoria Beckham?



Como tantos já disseram tantas vezes, aproveitem o momento, amigos. E quem for ruim de contas recorra a calculadora para ir somando as pequenas felicidades.







Podem até dizer que nos falta ambição, que essa soma de pequenas alegrias é uma operação matemática muito modesta para nossos tempos. Que digam!





Melhor ser minimamente feliz várias vezes por dia do que viver eternamente em compasso de espera.







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