quinta-feira, 3 de maio de 2012

“The Xota” (Seca & Molhada)





Gilda

- Eu que já andei pelos quatro cantos da casa
 Procurando não sei o que,
 Foi justamente num sonho que Ele me falou aonde é que tá:

Às vezes eu me pergunto
Por que é que você fala demais
Fala de amor mas não faz ,
Fica sorrindo, mas não mostra os dentes.
Eu penso em mim toda hora.
Me como, me cuspo, me beijo.
Talvez eu não entenda,
Mas amanhã eu vou entender menos ainda.
Eu sou a luz do pai dos luzes;
Eu sou a cor do burro quando foge;
Eu sou a parte da vida;
Eu sou o medo de acertar.
Eu sou gente
Quando vou ao banheiro
O banheiro é onde os fracos são fortes;
Eu uso o banheiro com a força da imaginação;
Deixei boiando
Um tremendo cagalhão
Eu cherei uma fumaça maldita
Que me arde o olho e me irrita
Eu comi o  bife da unha
Eu sou o filho das zunha;
Eu sou!... Eu fui!... Eu vou!...
Gilda! Gilda! Gilda!Gilda! Gilda!
Eu sou o seu patrocínio;
A placa tectônica
E a Antônia
Não soube me amar;
Gilda! Gilda! Gilda!Gilda! Gilda!
Eu sou um hemafrodita
A maldita
Que não soube amar
Mas hoje eu vou mostrar
A bolsa de sangue pro bandido
Mas hoje estou meio caído
E as juras da perdição.
Já perdi até a Conceição 
Eu sou a vela que se apaga;
Eu sou a luz que a Ampla não acende;
Eu estou a beira do abismo;
Eu preciso de tudo e não tenho  nada.
Gilda! Gilda! Gilda!Gilda! Gilda!
Por que eu me pergunto?
Perguntas não vão responder
Que eu sou mais feio do que bater em mãe ,
Eu tenho fogo, tenho a água e tenho o ar!
Quem quer comprar?
Eu me tenho todo dia,
Mas não sei se é bom ou ruim.
Mas saiba que eu estou em você,
Mas você não está em mim.
Das telhas eu fiz o  telhado;
Da pesca virei  pescador;
Do pecado, virei pecador
A letra "P" tem meu nome;
No amor eu sou o terror.
Gilda! Gilda! Gilda!Gilda! Gilda!
Eu sou o macho da casa
Nos pesques e pagues da vida;
E a ferida não quer fechar
Gilda! Gilda! Gilda!Gilda! Gilda!
Eu sou a lingua do carrasco;
Sem churrasco
Não posso almoçar....
O prato é raso, é largo, profundo. Gilda! Gilda! Gilda!Gilda! Gilda!
Me dá, Me dá, Me dá, Me dá, Me dá.
Eu sou a colher da sopa
Sem mulher não posso amar
Gilda!Gilda!Gilda!Gilda!Gilda!
Eu sou o olhar do cego
E a cegueira que faz falta a visão
Eu!
Mas eu sou o amargo da vida
Sem mãe, sem pai e sem avô
Esperando a mulher que ainda não veio
Minha vida não tem
Início ,nem fim e nem o meio,
Eu estou sem dinheiro...
Gilda!Gilda!Gilda!Gilda!Gilda!
Me dá, Me dá, Me dá, Me dá, Me dá.

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