terça-feira, 19 de janeiro de 2016

"Somos o que comemos"


Um veado disse para o homem: "Não me come..."
Devemos respeitar os animais se queremos ser respeitados como ser humano não como ser animal.
Como primitivos que ainda somos, devemos à carne nossa primeira manifestação alimentar.
Mudanças na oferta de alimentos parecem ter influenciado fortemente quanto a troca dos vegetais,das frutas,dos cereais pela matança da carne vermelha que ficou registrada no nosso "DNA animalesco".
Viemos de várias metamorfoses primárias, conceitualmente,de um vício maldito, estagnado há milhões de anos nos reinos inferiores de que viemos,tentando evoluir um princípio inteligente, (do mineral ao vegetal,do animal ao hominal). Assim, em um sentido "involutivo", somos o que comemos.
Algumas das primeiras pinturas nas cavernas representavam vacas. – essas pinturas são o primeiro registro de uma humanidade preocupada com o mundo espiritual, acertando as contas com os animais que matava.
Mithra,deus-touro,símbolo da força, da masculinidade, do poder. A Igreja publicou a primeira descrição oficial do diabo, a encarnação do mal: um ser imenso e escuro, com chifres na cabeça. Como Mithra.
As tribos nômades de cavaleiros que habitavam a Eurásia há 6 000 anos juntavam gado selvagem e o criavam nos pastos naturais. Esses pastores cultuavam um deus-touro, chamado Mithra. A necessidade de pastos novos a cada vez que acabava o antigo fazia deles expansionistas por natureza e, no início da era cristã, eles já tinham se espalhado da Índia a Portugal. Com isso, o culto a Mithra tornou-se muito popular no Império Romano. Para contê-lo, a Igreja adotou sua data sagrada, o dia de Mithra – 25 de dezembro. Estava estabelecido o Natal.
A preferência pela alimentação vegetariana, no
Oriente, fundamenta-se na perfeita convicção de que, à medida que a alma progride, é necessário, também, que o vestuário de carne se lhe harmonize ao progresso espiritual já alcançado. Mesmo nos reinos inferiores, a nutrição varia conforme a delicadeza e sensibilidade das espécies.
Enquanto o verme disforme se alimenta no subsolo, a
poética figura alada do beija-flor sustenta-se com o néctar das flores.
Os iniciados hindus sabem que os despojos sangrentos da alimentação carnívora fazem recrudescer o atavismo psíquico das paixões animais,e que os princípios superiores da alma devem sobrepujar sempre as injunções da matéria. Raras criaturas conseguem libertar-se da opressão vigorosa das tendências hereditárias do animal, que se fazem
sentir através da sua carne.
Já temos provas irrecusáveis de que podemos
viver e gozar de ótima saúde sem recorrerdes à alimentação carnívora.
Para provar o nosso equívoco, bastaria considerar a existência, em nosso mundo, de animais corpulentos e robustos, de um vigor extraordinário e que, entretanto, são rigorosamente vegetarianos, tais como o elefante, o boi, o camelo, o cavalo e muitos outros. Quanto ao condicionamento biológico, pelo hábito de comermos carne, devemos compreender que o orgulho, a vaidade, a hipocrisia ou a crueldade,também são estigmas que se forjaram através dos séculos, mas teremos que eliminá-los definitivamente do nosso psiquismo.
O hábito de comer,pode se dizer que é psicológico,assim como fumar e o uso imoderado do álcool também se estratificam na nossa memória etérica; no entanto, nem por isso justificamos como necessidades imprescindíveis da nossa alma invigilante.
Reconhecemos que, através dos milênios já vividos, para a formação de nossas consciências individuais, fomos estigmatizados com o vitalismo etérico da nutrição carnívora; mas importa reconhecermos que já ultrapassamos os prazos espirituais demarcados para a continuidade suportável dessa alimentação mórbida e cruel.
Na técnica evolutiva sideral, o estado psicofísico do homem atual exige urgente aprimoramento no gênero de alimentação; esta deve corresponder, também, às próprias transformações progressistas que já se sucederam na esfera da ciência, da filosofia, da arte, da moral e da religião.
O nosso sistema de nutrição é um desvio psíquico, uma perversão do gosto e do olfato; aproximamos consideravelmente do bruto, nessa atitude de sugar tutanos de ossos e de ingerirdes vísceras na feição de saborosas iguanas. Estamos certos de que o Comando Sideral está empregando todos os seus esforços a fim de que nós nos afastemos, pouco a pouco, da repugnante preferência zoofágica.
Os frigoríficos modernos que exaltam a nossa "civilização",construídos sob os últimos requisitos científicos e eletrônicos concebidos pela inteligência humana, multiplicam os seus apare-
lhamentos mais eficientes e precisos, com o fito da matança habilmente organizada. Notáveis especialistas e afamados nutrólogos estudam o modo de produzir em massa o "melhor" presunto ou a mais "deliciosa" salsicharia à base de sangue coagulado!
Os capatazes, endurecidos na lide, dão o toque amistoso e
fazem o convite traiçoeiro para o animal ingressar na fila da morte;magarefes exímios e curtidos no serviço fúnebre conservam a sua fama pela rapidez com que esfolam o animal ainda quente, nas convulsões da agonia; veterinários competentes examinam minuciosamente a constituição orgânica da vítima e colocam o competente "sadio", para que o "ilustre civilizado" não sofra as conseqüências patogênicas do assado ou do cozido das vísceras animais!
Turistas, aprendizes e estudantes, quando visitam os colossos
modernos que são edificados para a indústria da morte, onde os novos "sansões" guilhotinam em massa o servidor amigo, pasmam-se com os extraordinários recursos da ciência moderna; aqui, os guindastes, sob genial operação mecânica, erguem-se manchados de rubro e despejam sinistras porções de vísceras e rebotalhos palpitantes; ali,aperfeiçoados cutelos, movidos por eficaz aparelhamento elétrico,matam com implacável exatidão matemática, acolá, fervedores,prensas, esfoladeiras, batedeiras e trituradeiras executam a lúgubre sinfonia capaz de arrepiar os velhos caciques, que só devoravam para matar a fome!
Em artísticos canais e regos, construídos com os azulejos da exigência fiscal, jorra continuamente o sangue rútilo e generoso do animal sacrificado para a glutonice humana!
Mas o êxito da produção frigorífica ainda melhor se comprova
sob genial disposição: elevadores espaçosos erguem-se, implacáveis,sobrecarregados de suínos, e os depositam docemente sobre o limiar de bojudos canos de alumínio, inclinados, na feição de "montanha-russa." Rapidamente, os suínos são empurrados, em fila, pelo interior dos canos polidos e deslizam velozmente, em grotescas e divertidas oscilações, para mergulharem, vivos, de súbito, nos tanques de água fervente, a fim de se ajustarem à técnica e à sabedoria científica modernas, que assim favorecem a produção do "melhor" presunto da moda!
Quantos suínos precisarão ainda desliza pela tétrica montanha-russa, criação do mórbido gênio humano, para que possamos
saborear o nosso "delicioso" presunto no lanche do dia!
Pensamos que o senso estético da Divindade há se sempre preferir a cabana pobre, que abriga o animal amigo, ao
matadouro rico que mata sob avançado cientificismo da indústria
fúnebre. As regiões celestiais são paragens ornadas de luzes, flores e cores, onde se casam os pensamentos generosos e os sentimentos amoráveis de suas humanidades cristificadas.
Essas regiões também serão alcançados, um dia, mesmo por aqueles que constroem os tétricos frigoríficos e os matadouros de equipo avançado, mas que não se livrarão de retornar à Terra, para cumprir em si mesmos o resgate das torpezas e das perturbações infligidos ao ciclo evolutivo dos animais.
Os métodos eficientes da matança científica, mesmo que diminuam o sofrimento do animal, não eximem o homem da responsabilidade de haver destruído prematuramente os conjuntos vivos que também evoluem, como são os animais criados pelo Senhor da Vida!
Só Deus tem o direito de extingui-los, salvo quando eles oferecem perigo para a vida humana, que é um mecanismo mais evoluído, na ordem da Criação.
Muita gente não compreende, ainda, que essa grave impropriedade da alimentação carnívora causa-nos tão terríveisconseqüências!
O anjo, já liberto dos ciclos reencarnatórios, é sempre um tipo de suprema delicadeza espiritual.
A sua tessitura diáfana e formosa, e seu cântico inefável aos corações humanos não são produtos dos fluidos agressivos e enfermiços dos "patê de foie-gras" (pasta de fígado hipertrofiado), da famigerada "dobradinha ao molho pardo" ou do repasto albumínico do toucinho defumado!
A substância astral, inferior, que exsuda da carne do animal,
penetra na aura dos seres humanos e lhes adensa a transparência natural, impedindo os altos vôos do espírito. Nunca haveremos de solucionar problema tão importante com a doce ilusão de ignorar a realidade do equívoco da nutrição carnívora e, quiçá, tarde demais para a desejada solução.
Expomo-nos aquilo que deve ser meditado e avaliado com urgência, porque os tempos são chegados e não há subversão no mecanismo sideral.
E importante compreender, com toda brevidade,que o veículo perispiritual é poderoso ímã que atrai e agrega as emanações deletérias do mundo inferior, quando persistis nas faixas
vibratórias das paixões animais.
E preciso que busquemos sempre o que se afina aos estados mais elevados do espírito, não nos esquecendo de que a nutrição moral também se harmoniza à estesia do paladar físico.
Em verdade, enquanto os lúgubres veículos manchados de sangue percorrerem as nossas ruas citadinas, para despejar o seu conteúdo sangrento nos gélidos açougues e atender às filas irritadas à procura de carne, muitas reencarnações serão ainda precisas para que a nossa humanidade se livre do deslize psíquico, que sempre há de exigir a terapia das úlceras, cirroses hepáticas,cânceres, nefrites, artritismo, enfartes,diabetes, tênias, amebas ou uremias!
Quando o homem ainda se estribava na ingestão de vísceras
de animais, a fim de sobreviver ao meio rude e agressivo da matéria, a sua alma também era compatível com a rudeza do ambiente inóspito mas, atualmente, alguns espíritos humanos já alcançaram noções morais tão elevadas, que também lhe compete harmonizar-se a uma nutrição mais estética.
Não se justifica que, após a sua verticalização da forma
hirsuta da idade da pedra, o homem prossiga nutrindo-se tão
sanguinariamente como a hiena, o lobo, a raposa ou as aves de rapina!
Além de brutal e detestável para aqueles que desejam se libertar dos planos inferiores, a carne é contínuo foco de infecção à tessitura magnética e delicada do corpo etéreo-astral do homem.
Como poderíamos vencer esse condicionamento biológico e mesmo psíquico, em que a nossa constituição orgânica é hereditariamente predisposta à alimentação carnívora?
A submissão ao desejo de ingerir a carne é igual à
submissão do fumante inveterado para com o seu comando emotivo,pois ele é mais vítima de sua debilidade mental do que mesmo de uma invencível atuação fisiológica.
Quando da revelação simbólica de nossa descida espiritual ao mundo material, constante do Gênesis,já se poderia inferir que nos devíamos alimentar com vegetais em lugar da carne.

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