Jesus foi um homem e, como homem, viveu tudo o que um homem vive; sentiu fome, frio, sono, dor, medo, tristeza, decepção, dúvida...
Provavelmente chorou, sorriu, gritou e cantou...
Se Jesus era o médium, Cristo era o mentor. Se Jesus era o homem, Cristo era a luz. Se Jesus era tela, Cristo era o pintor. Se Jesus era o canal, Cristo era a fonte.
Mas Jesus era, antes de mais nada, um espírito, um espírito de muita luz, com certeza, sábio, preparado para viver algo muito especial, preparado para ser um mensageiro de algo muito maior, mensageiro do Cristo.
O Cristo é aquela consciência pura ligada diretamente ao Criador encarregada de orientar, proteger e educar as consciências primitivas colocadas neste planeta em processo de evolução espiritual.
Não se trata de uma única consciência, de uma única individualidade mas, para nós, meros espíritos ainda tão limitados pelos sentidos físicos tridimensionais, é A Consciência Crística, aquela consciência suprema do planeta, que o rege, que o sustenta, em nome do Amor Universal.
Cristo é a consciência maior, o mentor, o amparador, o guia espiritual, a consciência extrafísica que acompanhou Jesus desde a sua preparação no astral para o que ele deveria viver aqui na Terra durante a sua encarnação.
Jesus, como médium dessa Consciência, dessa hierarquia de luz e amor era, ele mesmo, um espírito de muito conhecimento, preparado especialmente para esta tarefa.
Mas ele não foi o único, pois o Cristo acompanha a humanidade há milênios e, provavelmente, serviu, com outros nomes, de guia espiritual também a muitos outros avatares como Buda, Krishna e tantos mais, em outras épocas, também preparados para trazer a esta humanidade a mensagem cósmica universal de paz e amor enviada pelo próprio Criador.
Jesus não era, portanto, cristão e mesmo tendo nascido entre os judeus não era também judeu.
Mesmo tendo sido chamado o Cristo não era cristão e jamais fundou qualquer doutrina ou igreja, jamais fundou o cristianismo.
Jesus nasceu e morreu judeu para os homens de seu tempo, embora ele mesmo não se atribuísse qualquer linha, doutrina, religião ou filosofia. Jesus era reconhecido como judeu e, como judeu, foi crucificado.
Como judeu foi julgado e condenado à morte na cruz, a pena reservada aos criminosos comuns pelos romanos, o povo reinante na época.
O Jesus que se cultua, portanto, não tinha religião e foi considerado apenas um judeu subversivo em sua época e entre os seus.
A religião que se criou a partir de seus ensinamentos é, portanto, posterior e alheia a ele, pois ele mesmo jamais disse que seria preciso ser cristão para segui-lo.
Seu legado está em seus exemplos, muito mais do que em suas palavras, precariamente registradas por seus discípulos e depois maldosa ou precariamente copiadas, traduzidas e interpretadas séculos após séculos por mentes desejosas de poder, influência ou, simplesmente, explicações para as suas dúvidas.
Para entendê-lo, portanto, é preciso ir além das letras e das interpretações, é preciso ir além do que se lê na Bíblia ou nos livros, do que se ouve nas pregações e palestras, do que se vê nas telas de cinema ou nos palcos de teatro.
Para alcançá-lo, é preciso ir além das aparências, das intenções, dos rituais.
Para segui-lo é preciso sair da estrada, é preciso tomar atalhos desconhecidos de todos, é preciso penetrar o próprio coração.
Jesus não está no cristianismo.
E o Cristo não é o cristianismo.
Eles são muito mais do que isso e sua mensagem transcende qualquer interpretação humana jamais tentada.
Querer apreendê-los pelo que se tornou o cristianismo em suas várias vertentes e dissidências é reduzi-los a meros fragmentos de vaidade e egoísmo.
Cristo e todos os seus avatares estão em todos os lugares, comigo e com você, se entendemos que onde houver dois ou mais que compreendem a sua mensagem com o coração, ali eles também estarão.
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