sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

"Divergência Religiosa Remanescente"

Divergência religiosa remanescente vem de séculos pós séculos, contrastando frontalmente com os piedosos ensinamentos do Cristo, empolgados pelo fanatismo da pior espécie. 
Surgem facções e subfacções, incriminando-se reciprocamente de heréticas, heterodoxas, etc., e as que se tornam mais poderosas procuram eliminar as outras, afogando-as em sangue, aniquilando-as nas torturas e nas chamas das fogueiras...
E assim, em nome daquele que fora a personificação da tolerância, da bondade e da doçura, séculos pós séculos a discórdia lavra pela Terra, os filhos do mesmo Deus empenham-se em lutas fratricidas, e milhares de vítimas sucumbem, aos golpes da mais estúpida e feroz odiosidade que há incendiado os corações humanos! 
Toda religião tem seu lado obscuro e interesseiro,onde há disputa acirrada pela maior obtenção de crentes em suas igrejas ou templos. 
Uma divergência religiosa nada mais é do que um preconceito,um ato de não tolerar a religião de outrem,atitude odiosa, agressiva, a respeito daqueles de cuja opinião ou crença se diverge.
Impor a uma atitude negativa, caracteriza a falta de respeito e reconhecimento das diferenças de crenças religiosas de terceiros, causa a ausência de tolerância religiosa, liberdade de religião e pluralismo religioso, que geram diversas consequências civis, físicas e psicológicas, cultura que ainda persiste no século XXI. 
Mas o Divino Mestre fizera a boa semeadura, pregando e exemplificando o amor entre os homens, como condição indispensável ao advento de um clima de entendimento fraterno no mundo, eis que os supostos herdeiros de seu apostolado, açulados pelo egoísmo e pelo orgulho, começam a criar questiúnculas e dissensões. O que saiu errado?
Apesar da clara violência e opressão para se impor,até hoje,onde os orgulhosos batem no peito dizendo que a "MINHA RELIGIÃO É MELHOR DO QUE A SUA", não hesitarão em trucidar, a ferro e fogo, milhares e milhares de “hereges” e “infiéis”, “para maior honra e glória de Deus! 
Contudo,como se Aquele que é o Senhor da Vida pudesse sentir-se honrado e glorificado com tão nefandos descriminatórios... 
Como pôde a intolerância nascer e crescer de mistura com a boa tolerância
E’ que, segundo a palavra de Jesus, os servos ainda “dormem”, isto é, não despertaram para o verdadeiro amor ao seu próximo, permitindo, assim, que a divergência religiosa continue ganhando raízes remanescentes.   
Embora pre-conceito quer dizer "um juízo preconcebido, manifestado geralmente na forma de uma atitude discriminatória perante pessoas, culturas, lugares ou tradições considerados diferentes ou "estranhos", que diferentemente da intolerância que é usado no sentido pejorativo costuma ser simplista, grosseiro e maniqueísta, não sendo aceito de jeito nenhum em nenhuma hipótese.
Tempos houve no início do mundo em que cada família, cada tribo, cada cidade e cada raça tinha os seus deuses particulares, em cujo louvor o fogo divino ardia constantemente na lareira ou nos altares dos templos que lhes eram dedicados. 
Retribuindo essas homenagens, (assim se acreditava), os deuses tudo faziam pelos seus adoradores, chegando até a se postar à frente dos exércitos das comunas ou das nações a que pertenciam, ajudando-as em guerras defensivas ou de conquista. 
Em sua imensa ignorância, os homens sempre imaginaram que, tal qual os chefes tribais ou os reis e imperadores que os dominavam aqui na Terra, também os deuses fossem sensíveis às manifestações do culto exterior, e daí a pomposidade das cerimônias e dos ritos com que os sagravam. 
Imaginavam, por outro lado, ciosos de Sua autenticidade ou de sua hegemonia e, vez por outra, adeptos de uma divindade entravam em conflito com os de outra, submetendo-a a provas, sendo então considerado vencedora aquela que conseguisse operar feito mais surpreendente. 
Sirva-nos de exemplo o episódio constante do 3º Livro dos Reis, capítulo 18, v. 22 a 40. Ali se descreve o desafio proposto por Elias aos adoradores de Baal, para saber-se qual o deus verdadeiro. 
Colocadas as carnes de um boi sobre o altar dos holocaustos, disse Elias a seus antagonistas: “Invocai vós, primeiro, os nomes dos VOSSOS deuses, e eu invocarei depois, o nome do meu Senhor; e o deus que ouvir, mandando fogo, esse seja o Deus.” 
Diz o relato bíblico que por mais que os baamitas invocassem o seu deus, em altos brados e retalhando-se com canivetes e lancetas, segundo o seu costume, nada conseguiram. Chegada a vez do deus de Israel, este fêz cair do céu um fogo terrível, que devorou não apenas a vítima e a lenha, mas até as próprias pedras do altar. Diante disso, auxiliado pelo povo, Elias agarrou os seguidores de Baal e, arrastando-os para a beira de um rio, ali os decapitou....
Nesta divergência religiosa não teria razão de ser se Elias além de ter provado a existência do Deus de Israel,ele poderia ter doutrinado os adoradores de Baal,mesmo que não conseguisse,que os tolerasse,(talvez seja por isso que não se deve dar poder aos homens).
Mas esta sua inconsequência trouxe uma consequência terrível. Para que Elias fosse processado a fim de reparar dos seus efeitos, segundo a Lei do Karma reencarna como João Batista e é decapitado por ordem de Herodes. Justiça feita ou foi a Lei de causa e efeito em ação?
Ainda segundo o Velho Testamento, Moisés teria recebido, diretamente de Deus, "ordens" taxativas e peremptórias para eliminar os transgressores da fé judaica e os adversários do povo judeu, como se vê nos seguintes excertos: “Estando os filhos de Israel no deserto, acharam um homem apanhando lenha no dia de sábado, o qual foi metido em prisão, porque ainda não se sabia o que deviam fazer com ele. Disse então o Senhor a Moisés: "Este homem morra de morte, todo o povo o apedreje fora do arraial". Toda a congregação o lapidou, e o tal homem morreu, como o "Senhor" ordenara a Moisés.
Temos aí em uma outra divergência religiosa ou uma CONTRADIÇÃO Bíblica?   
NÃO TRABALHAR O DIA DE SÁBADO, em uma sã consciência, equilíbrio mental e espiritual,um pai ou uma mãe,de certo,não deixaria seu filho morrer porque é dia de sábado. Mas,até onde vai o fanatismo ou a ignorância? Será que  Aquele que ditou o NÃO MATARÁS cairia em contradição ordenando alhures: “mata, destrói, extermina!?”
Não se conhece, em todo o Evangelho, uma só passagem que Deus autorize o uso da violência, nem mesmo uma palavra ofensiva, quanto mais os assassínios,apenas uma CONTRADIÇÃO Bíblica
Uma moral cristã equilibrada e saudável, proclama sempre a vida,nunca uma sentença de morte. Seja o filho ou qualquer pessoa,nunca pode ter negada de socorro principalmente em situação extremamente de vida, cabe ao homem apenas o direito de ser sensato,elucidado,racional de modo que possa preservar a vida seja do que for em dia que for. 
Moisés era responsável pela formação do povo de Israel e sua herança espiritual e para isso tinha que demostrar poder para haver "ordem"  contra a de um possível agressor, pois, qualquer que seja a hipótese, é preferível morrer a ter que matar.
 Atualmente, bastante enfraquecido, o sectarismo religioso começa a derruir, o que constitui prenúncio seguro de melhores dias, daqui para o futuro. 
Acredita-se, mesmo, que, graças à rápida aceitação que a Doutrina Espírita vem alcançando por toda a parte, muito breve haveremos de compreender que todos, sem exceção, somos de origem divina e integrantes de uma só e grande família. 
E posto que Deus é Amor, não há como adorá-lo senão “amando-nos Uns aos outros”,e aceitando as pessoas como elas são,seja na sua crença pois, como sabiamente nos ensina João, o apóstolo (1 ep., 4:20), se o homem não ama a seu irmão, que vê e lhe está próximo como pode amar a Deus, a quem não vê?

Coisa semelhante irá ocorrer com a Humanidade. Aproxima-se a época em que a Terra deve passar por profundas modificações, física e socialmente, a fim de transformar-se num mundo regenerador, mais pacífico e, consequentemente, mais feliz. 
Quando os tempos forem chegados, todos os sistemas religiosos, que se hajam revelado intolerantes e opressores, cairão reduzidos a nada, e todos quantos não se afinem, com a nova ordem de coisas, conhecerão o “fogo” da expiação em mundos inferiores, mais de conformidade com o caráter de cada um. 
Por outro lado, as almas avessas à "guerra da intolerância", à maldade, ao despotismo, enfim a tudo quanto tem impedido o estabelecimento da fraternidade cristã entre os homens de todas as pátrias e de todas as raças,terão uma religião unificada, estas hão-de merecer o futuro lar terrestre, higienizado em sua aura astral, gozando, finalmente, a paz, a doce e alegre paz, de há muito prometida às criaturas de boa vontade. 
Aprendemos com o silêncio com os faladores, a tolerância com os intolerantes, a bondade com os maldosos; e, por estranho que pareça, sejamos gratos a esses professores.

Adaptação:As Leis Morais e PARÁBOLAS EVANGÉLICAS-RODOLFO CALLIGARIS

Nenhum comentário:

Postar um comentário