sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015
"Iphone x Iphome"
"Não queirais entesourar para vós tesouros na Terra, onde a ferrugem e a traça os consomem, e onde os ladrões os desenterram e roubam. Mas entesourai para vós tesouros no céu, onde não os consomem a ferrugem nem a traça, e onde os ladrões não o desenterram nem roubam. Porque onde está o tesouro, aí está também o teu coração".
Colhemos o que plantamos!
Deus é justo, tudo nessa vida é perfeito e correto.
Quem fez outros sofrerem, sofrerá, quem foi injusto, sofrerá injustiça.
Na Africa encarnam muitos espíritos que fizeram pessoas passarem fome, e viverem na miséria, agora é a vez deles.
No nordeste brasileiro encarnam muitos espíritos que viveram na Europa e viveram no luxo explorando a miséria do povo, agora nem água eles tem.
A fome, com efeito, está ameaçando o homem como entidade social e como entidade espiritual.
A fome está negando o Cristo, o Evangelho e a Lei de Justiça, de Amor e de Caridade.
A fome que mata seres sem distinção de idade, nem de sexo, demonstra que o planeta está mal organizado e que “os homens amantes do progresso”, segundo a expressão de Kardec, são os encarregados de reformulá-lo sem mais perda de tempo.
A fome não pergunta: a fome mata; a fome aniquila; a fome está presente no mundo anulando a evolução espiritual de milhões de seres. A fome está fazendo a Igreja meditar e é por isso que surge agora uma nova revolução social: a do Terceiro Mundo, baseada nos princípios do próprio Evangelho.
E enquanto o homem se desnutre por carência de alimentos; enquanto uma classe social, que é minoria, possui tudo e egoisticamente abocanha tudo para si mesma; enquanto milhões de seres se levantam enraivecidos reclamando seus direitos no grande concerto humano, penso no Movimento Espírita Internacional e nos sociólogos espíritas, desejoso de que dêem seus pareceres e apresentem soluções ante este drama universal da fome, ante os 1.700 milhões de seres humanos condenados à morte por falta de alimentos.
É imprescindível que se conheça o pensamento do sociólogo espírita sobre o drama da fome. É necessário que se fale, compreendendo que fenômeno universal se está dando no mundo e para onde se dirigem os povos. É urgente que o sociólogo espírita responda ao grito dos famintos do planeta para dizer-lhes o que pensa o Movimento Espírita Internacional sobre tão tremenda injustiça social.
Porém, é necessário também confiar em que o sociólogo espírita não utilize esses argumentos improcedentes que surgem de arbitrárias interpretações sobre a Lei de Causa e Efeito. É preciso que o sociólogo espírita responda aos famintos, mas tendo em conta o seguinte:
Os espiritistas já explicaram teoricamente as origens do mal e da injustiça no planeta; agora, é urgente que digam qual é a forma prática de eliminá-los para o bem do Homem e sua evolução espiritual.
A fome é, pois, uma realidade desumana e anticristã deste século, cujas origens se encontram na grande desigualdade social e econômica dos povos. O fenômeno da fome deve ser analisado pelo sociólogo espírita que nem por isso deve temer desvios doutrinários, seja à política ou ao comunismo.
O mundo de hoje é um mundo integral, único, total. O Movimento Espírita Internacional, pela Lei de Sociedade, está dentro desse mundo integral e toda a sua obra e seu desenvolvimento se realizará em meio a esse mundo total e único. Por isso, não se pode falar de desvios nem intromissões em campos que estão vedados aos espiritistas. A realidade humana e existencial é uma, e é em seu meio que atuam os espíritos encarnados e desencarnados; em conseqüência, não há um só aspecto do mundo que resulte indiferente para a atividade espírita moderna.
Estamos em pleno mundo da política, da religião, da arte, da ciência, da técnica, das revoluções, da violência; estamos no meio da humanidade e não numa ilha. Pois tudo se corresponde e se relaciona dialeticamente no mundo moderno. Misturam-se idéias, princípios, sistemas, religiões, filosofias e de toda esta mistura só o real e a verdade permanecerão.
O Movimento Espírita Internacional deverá prover-se em meio a este grande processo geral a fim de medir suas forças morais e espirituais com as demais correntes sociais e religiosas.
O sociólogo espírita deve estar presente no confuso drama do nosso tempo.
A fome, conseqüência da injusta distribuição dos bens econômicos deve ser analisada espiritamente e de acordo com a visão dos novos tempos.
O Movimento Espírita Internacional deve penetrar o processo histórico para analisar os problemas contemporâneos sem temor de que se aparte das bases do kardecismo.
É necessário compreender que a fome está ameaçando a humanidade; por isso o sociólogo espírita deve falar para apresentar soluções a este mundo de hoje em mudança.Pois, razões teve o escritor Jaime Torres Bodet ao referir-se à Declaração Universal dos Direitos Humanos, quando disse:
“Enquanto a maioria dos homens viva em fome e injustiça, para morrer na miséria e na ignorância, o documento aprovado em Paris continuará nos parecendo um ideal bastante distante”.
A Lei do Progresso (de “O Livro dos Espíritos”) colocou frente a frente as duas visões do mundo: a do passado e a do futuro, o que define os dois tipos humanos: os homens arcaicos e os homens futurólogos.
Queira o Carpinteiro de Nazaré que os sociólogos espíritas se coloquem sempre entre estes últimos.
Deus é justo, Ele nos permite reencarnar para podermos compensar nossos erros.
Ele nos dará quantas oportunidades forem necessárias para nosso aprimoramento.
No mundo moderno, o homem busca desenfreadamente a felicidade onde ela não está: fora de si, nos bens materiais, nos gozos externos, a manifestarem-se sob a forma de vários matizes, e que após serem fruídos levam à frustração.
No mundo moderno, o homem perdeu o Norte de Deus, da sua espiritualidade, e julgando-se matéria que um dia ficará inerte, dá vazão ao seu egoísmo, procurando cada vez mais ter coisas, pouco se preocupando em ser pessoa de bem.
No mundo moderno, após todas as frustrações sentidas, o homem revolta-se sem saber bem do quê e porquê, amalgamando-se em turbas descontentes que originam turbulentas transformações sociais, como as que temos visto nomeadamente nos países árabes.
Tal situação é transversal a todo o planeta, onde o homem, imerso no seu egoísmo, ainda não conseguiu descortinar a sua componente espiritual, eterna, que o faria mudar de paradigma, de atitude, em face ao devir.
A Doutrina espírita (ou Espiritismo) explica-nos que somos seres imortais, temporariamente num corpo de carne, que existe uma força superior que tudo governa (a quem convencionamos apelidar de Deus), que é possível comunicar, dentro de certas condições, com aqueles que se encontram no mundo espiritual, através de pessoas que tenham características especiais para tal (os médiuns), que a reencarnação é uma realidade evolutiva sem a qual não haveria justiça divina, pois que não haveria tratamento igual de Deus perante os seres que criou que existem múltiplos mundos habitados por seres inteligentes, embora com corpos diferenciados, de acordo com a natureza dos mundos em pauta.
A felicidade só será possível quando largarmos o casulo do egoísmo e nos abrirmos à sociedade, interagindo com ela de um modo fraterno, holístico, humanista, dentro da assertiva espírita “Fora da caridade não há salvação”, querendo com isso realçar que a caridade, nas suas múltiplas facetas, é o caminho mais seguro e rápido para a espiritualidade superior do homem.
Compete ao homem, perante esse desiderato inevitável, escolher dentro do seu livre-arbítrio, ser feliz mais rápida ou mais lentamente, conforme o seu esforço pessoal.
Quanto à felicidade, ela encontra-se mesmo ao nosso lado, basta… querer vê-la e mudar de atitude mental perante o quotidiano que se nos depara, realçando sempre as situações pelo lado otimista, útil, procurando fazer ao próximo o que gostaríamos que nos fizessem, conforme aconselhava sabiamente Jesus de Nazaré.
A Terra produz o suficiente para alimentar a todos os seus habitantes, quando os homens souberem administrar a sua produção, segundo as leis de justiça, caridade e amor ao próximo. Quando a fraternidade reinar entre os povos, como entre as províncias de um mesmo império, o que sobrar para um determinado momento, suprirá a insuficiência momentânea de outro, e todos terão o necessário.
O rico, então, considerará a si mesmo como um homem que possui grandes depósitos de sementes: se as distribuir, elas produzirão ao cêntuplo, para ele e para os outros; mas, se as comer sozinho, se as desperdiçar e deixar que se perca o excedente do que comeu, elas nada produzirão, e todos ficarão em necessidade.
Se as fechar no seu celeiro, os insetos as devorarão.
Eis por que Jesus ensinou: "Não amontoeis tesouros na Terra, pois são perecíveis, mas amontoai-os no céu, onde são eternos".
Em outras palavras: "não deis mais importância aos bens materiais do que aos espirituais, e aprendei a sacrificar os primeiros em favor dos segundos".
Adaptação texto publicado no jornal “Espiritismo e Unificação”, de Santos-SP, edição de março de 1971.
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