sábado, 4 de julho de 2015

"​Mediunidade de Cura."


Este tipo pode ser dividido em dois grupos, ou seja, os facultativos – que têm consciência dos fenômenos por eles produzidos – e os involuntários ou naturais, que são inconscientes de suas faculdades, mas são usados pelos espíritos para promoverem manifestações fenomênicas sem que o saibam.
Somente para mencioná-la trataremos aqui desta variedade de médiuns, porque o assunto exigiria demasiado desenvolvimento para o nosso esquema.
Estamos aliás informados de que um médico nosso amigo se propõe a tratá-la numa obra especial sobre a medicina intuitiva. Diremos apenas que esse gênero da mediunidade consiste principalmente no dom de curar por simples toques, pelo olhar ou mesmo por um gesto, sem nenhuma medicação.
Certamente dirão que se trata simplesmente de magnetismo. É evidente que o fluido magnético exerce um grande papel no caso. Mas, quando se examina o fenômeno com devido cuidado, facilmente se reconhece à presença de mais alguma coisa.
A magnetização comum é uma verdadeira forma de tratamento, com a devida seqüência, regular e metódica. No caso referido as coisas se passam de maneira inteiramente diversa. Todos os magnetizadores são mais ou menos aptos a curar, se souberem cuidar do assunto convenientemente.
Mas entre os médiuns curadores a faculdade é espontânea, e às vezes a possuem sem jamais terem ouvido falar de magnetismo.
A intervenção de uma potência oculta, que caracteriza a mediunidade, torna-se evidente em certas circunstâncias. E o é, sobretudo, quando consideramos que a maioria das pessoas qualificáveis como médiuns curadores recorrem à prece, que é uma verdadeira evocação. Eis as respostas que obtivemos dos Espíritos, a perguntas feitas a respeito:
Podemos considerar as pessoas dotadas de poder magnético como formando uma variedade mediúnica?— Não podes ter dúvida alguma.
Entretanto, o médium é um intermediário entre os Espíritos e os homens, mas o magnetizador, tirando sua força de si mesmo não parece servir de intermediário a nenhuma potência estranha?
— É uma suposição errônea. A força magnética pertence ao homem, mas é aumentada pela ajuda dos Espíritos a que ele apela. Se magnetizares para curar, por exemplo, e evocas um bom Espírito que se interessa por ti e pelo doente, ele aumenta a tua força e a tua vontade, dirige os teus fluidos e lhes dá as qualidades necessárias.
Há, porém, excelentes magnetizadores que não acreditam nos Espíritos?
— Pensas então que os Espíritos só agem sobre os que crêem neles?
Os que magnetizam para o bem são auxiliados pelos Espíritos bons. Todo homem que aspira ao bem os chama sem o perceber, da mesma maneira que, pelo desejo do mal e pelas más intenções chamará os maus.O magnetizador que acreditasse na intervenção dos Espíritos agiria com maior eficiência?
— Faria coisas que seriam consideradas milagres.Algumas pessoas têm realmente o dom de curar por simples toques, sem o emprego dos passes magnéticos?
— Seguramente. Não tens tantos exemplos?Nesses casos trata-se de ação magnética ou somente de influência dos Espíritos?
— Uma e outra. Essas pessoas são verdadeiros médiuns, pois agem sob a influência dos Espíritos, mas isso não quer dizer que sejam médiuns escreventes, como o entendes.Esse poder é transmissível?
— O poder, não, mas sim o conhecimento do que se necessita para exercê-lo, quando se o possui. Há pessoas que nem suspeitariam ter esse poder se não pensarem que ele lhe foi transmitido.(Podem-se obter curas apenas pela prece?
— Sim, às vezes Deus o permite. Mas talvez o bem do doente esteja em continuar sofrendo, e então se pensa que a prece não foi ouvida.Existem fórmulas de preces mais eficazes do que outras para esse caso?
— Só a superstição pode atribuir virtudes a certas palavras. E somente os Espíritos ignorantes ou mentirosos podem entreter essas idéias, prescrevendo fórmulas. Entretanto, pode acontecer que para pessoas pouco esclarecidas e incapazes de entender as coisas puramente espirituais, o emprego de uma fórmula contribua para lhes infundir confiança. Nesse caso, a eficácia não é da fórmula, mas da fé que foi aumentada pela crença no uso da fórmula.

(Livro dos Médiuns)

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