Pele clara,cabelo longo e dourado e os olhos azuis...Huuummmm!!!
Jesus à imagem e semelhança das pessoas que os renascentistas conheciam na época, e que achavam mais bonitas...
Será que a "imagem real" de Jesus seria aceita por um o povo ignorante, medíocre que curte se apegar a mentiras?
Diante da necessidade sempre crescente da verdade,pouco importando se sob a palavra sonora se oculta a hipocrisia e a mentira.
Ao longo dos séculos esse "personagem" foi moldado sob diversas segundas intenções.
Não há liberdade na mentira,pois é a verdade que liberta!
A Bíblia não fala sobre a aparência de Jesus, isso deu liberdade para que artistas construíssem a imagem de Cristo de acordo com suas próprias interpretações.
Os do Renascimento, por exemplo, desenhavam Jesus à imagem e semelhança dos nobres do norte da Itália,(E essa foi a imagem que ficou).
A busca por conhecer os traços físicos de Jesus Cristo é uma constante entre religiosos, e algumas vezes, pesquisadores e cientistas embarcam em tentativas de revelar a imagem do homem que revolucionou a sociedade judaica de seu tempo e é tido como filho de Deus pelos cristãos.
Um grupo de pesquisadores ingleses e israelenses divulgou uma imagem em terceira dimensão do que seria o rosto de Jesus Cristo, de acordo com informações do site espanhol voltado a notícias do meio cristão Acontecer Cristiano.
O grupo foi formado por arqueólogos israelenses e cientistas ingleses, que utilizaram técnicas de reprodução 3D para reconstruir da maneira mais próxima possível,a aparência de Jesus.
Para chegar ao resultado apresentado, os pesquisadores analisaram restos mortais de pessoas que viveram na época de Jesus, colheram dados sobre a aparência de pessoas de sua etnia e focaram suas atividades nos crânios encontrados na região do Getsêmani.
Na construção da imagem apresentada, além de técnicas de antropologia forense, os cientistas usaram descrições bíblicas como fonte de informação para detalhes como a cor e comprimento do cabelo e a tonalidade dos olhos de Jesus.
Mas vamos à ciência: esqueletos de judeus do século 1 indicam que a altura média deles era de mais ou menos 1,55 m.
E que a maioria não pesava muito mais do que 50 quilos.
Então o físico de Jesus estaria dentro dessa faixa.
E mesmo se fosse bem alto para a época, com 1,65 m, por exemplo, ainda seria pequeno para os padrões de hoje.
Determinar o rosto é mais difícil.
Mas uma equipe de pesquisadores britânicos liderada por Richard Neave, um especialista em ciência forense, conseguiu uma aproximação boa.
Usando como base três crânios do século 1, eles lançaram mão de softwares de modelagem 3D para determinar qual seria o formato do nariz, dos olhos, da boca... enfim, do rosto de um adulto típico da época.
O resultado foi uma face parecida com a do retrato desta postagem.
Não que aquilo seja de fato o rosto de Cristo.
Mas que se trata de uma aproximação cientificamente confiável a se tratar.
Quanto à cor da pele, a hipótese mais provável é que fosse morena, como era, e continua sendo, a da maior parte das pessoas no Oriente Médio.
E como seria a de praticamente qualquer um que passasse a vida toda ao ar livre naquele calor de lascar.
Bom, sobre o cabelo dele quem dá a maior pista é a própria Bíblia.
No livro 1 Coríntios, Paulo diz que "cabelo comprido é uma desonra para o homem".
O maior divulgador do cristianismo no século 1 provavelmente não diria isso se Jesus tivesse sido notório pela cabeleira.
Na verdade, as primeiras representações conhecidas de Cristo, feitas no século 3, mostram um Jesus de cabelo curto.
E sem barba, até "a ideia era mostrar que se tratava de um jovem", diz Chevitarese.
A inspiração desses artistas eram as esculturas de Apolo e Orfeu, deuses gregos também retratados como jovens imberbes.
Por volta do século 5, essa primeira imagem de um Jesus jovial e imberbe perdeu espaço para uma outra, em que ele está de barba e cabelos longos e escuros.
Nas últimas décadas, porém, artistas (e cineastas) têm se esforçado para não representar Jesus como um nórdico.
Em A Paixão de Cristo (2004), de Mel Gibson, o protagonista Jim Caviezel chegou a ter os seus olhos azuis transformados em castanhos.
Mas ainda falta um filme realista para valer nesse quesitão.
Jesus era só um entre vários profetas
Cristo viveu em um período favorável para o surgimento de profetas.
Só no livro Guerra dos Judeus (do historiador Flávio Josefo, que viveu no século 1) dá para identificar pelo menos 15 figuras semelhantes a Jesus, que viveram mais ou menos na mesma época dele.
A Bíblia cita outros quatro.
Um é João Batista, que anunciava o fim do mundo aos seus seguidores, e de quem os cristãos herdaram o ritual do batismo.
"Cerca de cem anos depois da morte de João Batista, seus discípulos ainda diziam que ele era maior que Jesus".
Para o historiador, João Batista era um concorrente de Cristo.
Os dois eram profetas apocalípticos (já que pregavam o fim dos tempos) e viviam na mesma região.
A diferença é que João chegou primeiro.
"Ele não se ajoelharia na frente de Jesus e diria que não é digno de amarrar a sandália dele, como está nos evangelhos.
Pelo contrário", diz, segundo ele, foi a redação da Bíblia, evidentemente favorável a Jesus, que transformou Batista num coadjuvante:
"Os textos pró-Jesus é que vão amarrar o Batista à tradição de Jesus. João Batista é um dos melhores exemplos que nós temos de um candidato messiânico marcadamente popular".
O segundo desses profetas contemporâneos é Simão, o feiticeiro.
Conforme o livro Atos dos Apóstolos, do Novo Testamento, Simão é conhecido por "praticar mágica", e quando ouve os apóstolos falarem sobre Jesus, oferece dinheiro a eles para tentar comprar o dom de Deus,(os apóstolos recusam a oferta, claro).
O terceiro desses é Bar-Jesus, que os apóstolos encontram quando chegam à Grécia e a quem nomeiam como "falso profeta".
E o último é o "egípcio", com quem Paulo é confundido no templo de Jerusalém.
O egípcio era um candidato a Messias que viveu por volta do ano 40, e prometeu levar os seus seguidores para atravessar o leito do Jordão, que, ele dizia, se abriria quando eles passassem.
Mas eles sequer tiveram tempo de chegar às margens do rio:
"Os romanos, quando ficaram sabendo disso, mandaram a tropa aniquilar todo mundo. Vai que o rio abre mesmo?".
Mateus, Marcos, Lucas e João não são os autores dos evangelhos
Mateus e João eram apóstolos.
Marcos, um discípulo de outro apóstolo (Pedro).
E Lucas era médico de Paulo.
Pela tradição cristã, eles são os autores dos quatro evangelhos do Novo Testamento.
Mas isso também é um mito.
Ninguém sabe quem escreveu os livros.
A "autoria" de cada um foi atribuída aleatoriamente pela Igreja bem depois de os textos terem ido para o papiro.
O evangelho de Mateus, por exemplo, foi atribuído a Mateus porque ele dá ênfase ao aspecto econômico - e Mateus era o apóstolo que tinha sido coletor de impostos.
Já o texto creditado a João é o único dos evangelhos a relatar o episódio em que Jesus, pouco antes de morrer, pede ao apóstolo João que ele cuide de Maria.
Aí os créditos ficaram com João.
O que se sabe mesmo sobre os autores é que não eram "autores" no sentido moderno da palavra.
Hoje, qualquer um pode ser autor, porque todo mundo sabe ler e escrever.
Há 2 mil anos, não.
Saber escrever era o equivalente a hoje saber engenharia da computação.
Do mesmo jeito que as empresas contratam engenheiros para cuidar de seus "mainframes", os antigos contratavam escribas quando precisavam deixar algo por escrito.
Com os evangelhos não foi diferente.
O mais provável é que comunidades cristãs tenham encomendado esses trabalhos - e ditado aos escribas as histórias que conhecemos hoje. Ditado e entregado outros textos também, para que eles usassem como fonte.
Dos evangelhos, o primeiro a ser escrito foi aquele que hoje é atribuído a Marcos, quase 40 anos após a morte de Jesus.
Marcos, enfim, saiu por volta do ano 70.
Mateus e Lucas vieram um pouco depois, ente 75 e 80 - até por isso ambos trazem alguns trechos idênticos aos do manuscrito atribuído a Marcos.
Também há muita coisa igual em Mateus e em Lucas, e que não aparece em Marcos. Como?
A tese é simples: os dois autores teriam usado uma fonte em comum, que acabou perdida.
Os especialistas chamam essa fonte de "Q" ("Q" de quell, que é "fonte em alemão).
Sempre que Mateus e Lucas concordam em alguma história que não está em Marcos, então, ela é creditada ao suposto livro "Q".
Por causa desse entrelaçamento todo, costumam chamar esses três evangelhos de "sinópticos".
Ou seja: os três têm a "mesma ótica".
Contam basicamente a mesma história, cada um com algum adendo aqui e alguma omissão ali.
Já João, o quarto evangelho, escrito por volta do ano 100, traz uma história diferente.
Ali Jesus é mais do que o "filho de Deus": é o próprio Deus encarnado.
E a narrativa também muda.
Em João ele destrói as barracas dos cambistas e vendedores do Templo de Jerusalém logo no começo da saga, por exemplo.
Nos outros, esse ato está bem no final.
Depois foram surgindo mais e mais "biografias" de Jesus.
Para diminuir a bagunça, logo depois que o imperador Constantino legalizou o cristianismo, no século 4, a Igreja se organizou para definir quais seriam os livros que fariam parte da Bíblia Cristã.
E bateu o martelo para a formação atual do Novo Testamento.
O critério da Igreja foi usar os textos mais antigos - os mais confiáveis.
Os quatro evangelhos, inclusive, faziam parte da primeira lista de livros sagrados do cristianismo de que se tem notícia, o Cânon de Muratori, compilado em 170 d.C.
"A Igreja no século 4 apenas reconheceu o que já eram as suas escrituras por séculos", diz o teólogo Ben Witherington, da Universidade de St. Andrews, na Escócia.
Os textos sobre Jesus que não entraram para a Bíblia acabaram conhecidos como evangelhos "apócrifos" ("ocultos", em grego).
Existem dezenas.
Um deles, aliás, é aquele descoberto recentemente e que ficou famoso por dizer que Jesus era casado.
Não é bem um "evangelho", mas um fragmento de papiro do tamanho de um cartão, em que aparece escrito em egípcio: "Jesus disse a eles: ´Minha esposa (...)`" - o resto está cortado.
O manuscrito é dos anos 300 d.C.
Bem mais recente que os evangelhos do Novo Testamento.
O que ele significa?
Que alguma comunidade cristã daquela época acreditava que Jesus era casado.
Para a maior parte dos pesquisadores, isso não basta para mudar a "biografia oficial" de Cristo.
"João Batista era celibatário. Paulo era celibatário. Jesus é um desses casos".
Judas pode não ter sido um traidor
Judas, um dia, foi nome.
Hoje, virou adjetivo, sinônimo de ausência de caráter.
Mas Judas Iscariotes, que teria entregue Jesus aos romanos em troca de 30 moedas de prata, pode ser um injustiçado.
Essa história aparece nos quatro evangelhos - com uma ou outra variação.
Para alguns estudiosos, porém, ela é uma farsa.
A maior evidência estaria nos textos de Paulo, os mais antigos entre os do Novo Testamento, escritos por volta do ano 50 d.C.
Numa passagem na Primeira Epístola aos Coríntios Paulo diz que, depois de ressuscitar, Jesus apareceu para os 12 apóstolos, e não para 11: "Ele foi sepultado e, no terceiro dia, foi ressuscitado, como está escrito nas Escrituras; e apareceu a Pedro e depois aos 12 apóstolos" (Coríntios, 15:5). Ou seja, Judas estaria lá.
Não teria se matado após a famosa traição, como dizem os evangelhos.
Essa epístola foi escrita pelo menos dez anos antes de Marcos, o primeiro dos quatro.
Outro documento que defende o suposto traidor é o Evangelho apócrifo que ficou conhecido como "Evangelho de Judas".
Uma cópia desse manuscrito foi revelada em 2006.
Pesquisadores acreditam que o texto foi escrito originalmente por volta do século 2, já que ele foi mencionado em uma carta escrita pelo bispo Irineu de Lyon em 178 d.C.
Segundo o texto, Judas teria apenas acatado um pedido de Jesus ao entregá-lo para as autoridades romanas.
Nessa versão, Iscariotes era o apóstolo mais próximo do mestre - daí o pedido ter sido feito a ele.
Mesmo se levarmos em conta só os evangelhos canônicos, alguns pesquisadores acham pouco verossímeis as passagens que incriminam Judas.
"Para ser sincero, eu vou e volto com essa questão;Judas não traiu,mas foi traído.
Mesmo quando respondo afirmativamente [que Judas de fato traiu Jesus], penso nisso como remotamente possível", diz ele.
Durante a sua última semana de vida, Jesus era protegido pela presença da multidão durante o dia ("Procuravam então prendê-lo, mas temeram a multidão", Marcos, 28:12), e se protegia ao sair de Jerusalém e ir para Betânia, onde estava hospedado, durante a noite.
As autoridades romanas não precisariam da ajuda de Judas para encontrar Jesus: "Certamente as autoridades teriam descoberto por si próprias o lugar exato para interceptar Jesus.
Então, Judas era mesmo necessário?
Essa é minha maior objeção com a figura histórica de Judas como traidor.
Por esse ponto de vista, o episódio da traição de Judas teria sido criado para facilitar a conversão dos romanos ao cristianismo.
Na época, parte da população do império já começava a se converter, e não ficaria bem se a maior parte da responsabilidade pela morte de Jesus recaísse justamente sobre um romano, Pôncio Pilatos.
É o que eu defendo: "Pessoas vindas do ambiente politeísta, principalmente das elites romanas, já estavam se convertendo ao cristianismo por volta de 70 d.C.
Por isso, os evangelhos fazem Pilatos lavar as mãos".
O Reino dos Céus era na Terra
Todo final de ano,precisamente no especial de Natal, antes de avisar a Jesus Cristo que ele está aqui, Roberto Carlos olha para o céu e vê uma nuvem branca que vai passando.
O céu virou sinônimo de paraíso, é de lá que Deus observa os nossos movimentos e é pra lá que vai quem já morreu.
Mas o jovem Jesus, quando tentava convencer seus ouvintes a se comportarem de maneira justa, não dizia exatamente isso.
O Reino de Deus (ou Reino dos Céus) que Jesus pregava iria acontecer aqui na Terra mesmo.
Os próprios evangelhos deixam isso claro.
Em uma conversa com os discípulos pouco antes de morrer, Jesus diz que alguns deles estarão vivos para ver o reino de Deus chegar: "Dos que aqui estão, alguns há que de modo nenhum provarão a morte até que vejam o Reino de Deus já chegando com poder" (Marcos, 9:1).
Em outro momento, Jesus chega a afirmar que o Reino de Deus já chegou: "Ora, depois que João foi entregue, veio Jesus para a Galileia pregando o evangelho de Deus; e dizendo: O tempo está cumprido, e é chegado o reino de Deus. Arrependei-vos, e crede no evangelho" (Marcos, 1:15).
Os discípulos, portanto, acreditavam que o Reino de Deus seria instaurado imediatamente.
"No tempo de Jesus, era muito forte a esperança de que se fosse fazer um reino nos moldes do Rei Davi, do Rei Salomão.
Quando Jesus falava em `reino, as pessoas achavam que só podia ser um reino desse tipo".
Mas Jesus era um profeta apocalíptico, e o que ele defendia é que Deus faria uma intervenção em breve e daria início a um reino de paz e justiça.
É verdade que também existem na Bíblia diversas passagens em que Jesus fala sobre um pós-morte.
Uma delas está em Lucas.
É sobre um homem rico e um mendigo que costumava pedir-lhe esmolas.
Depois de morrer, o rico vai para uma espécie de inferno, onde "atormenta na chama".
E o mendigo é consolado por Abraão.
Cristo é mais claro ainda no evangelho de João.
Ele diz a Pilatos que "seu reino não é deste mundo".
Só que Lucas e João são textos mais recentes que Marcos.
E para boa parte dos pesquisadores, é por isso mesmo que eles dão ênfase à ideia de um Reino do Céu no "céu".
"Essas referências foram sendo acrescentadas conforme o início do reino não ocorria", diz o arqueólogo e especialista em cristianismo Pedro Paulo Funari, da Unicamp. Ou seja: chegou um momento em que os cristãos tiveram que lidar com o fato de que o reino de Deus talvez não estivesse tão próximo assim.
A partir daí, começou um processo de reinterpretação.
A pregação de Jesus, de que os bons seriam recompensados e os maus punidos num julgamento que marcaria o fim de uma era no mundo, foi sendo alterada.
E o julgamento passou a acontecer no final da vida de cada um.
Faz todo o sentido: do ponto de vista argumentativo, é uma versão mais sofisticada.
Só quem já morreu pode contestá-la.
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