segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

"Te faz diferença se Maria foi virgem ou não?"





A virgindade perene de Maria, defendida pelos teólogos medievais, mesmo os mais ilustres como Agostinho e Tomás de Aquino, entranhou-se de tal forma na mente popular que se incorporou ao seu nome. 
Os fiéis evocam a Virgem Maria. No entanto, a virgindade da mãe de Jesus, que teria sido preservada mesmo depois do parto, contraria os textos evangélicos, onde está registrado que ela teve outros filhos. 
Em Mateus (13:53-56) diz o povo, em Nazaré, onde Jesus acabara de fazer uma pregação: 
Não é este o filho do carpinteiro? Sua mãe não se chama Maria, e seus irmãos não são Tiago, José, Simão e Judas?
E suas irmãs, não moram conosco? Então, de onde vem tudo isso? 
Pretendem os teólogos que os enunciados irmãos de Jesus eram primos ou, então, filhos de um primeiro casamento de José. Mera especulação. 
Por outro lado, Lucas foi o único evangelista a registrar o episódio da anunciação.
Médico grego, discípulo do apóstolo Paulo, não conviveu com Jesus. 
Escreveu seu Evangelho com base na tradição oral ( transmissão oral de fatos ), décadas mais tarde. 
Jesus tornara-se uma figura mitológica, e nada melhor para exaltar o homem mito do que situá-lo como filho de uma virgem. 
Outro motivo ponderável para que se optasse pela virgindade de Maria: o sexo.
O simbolismo sobre o suposto pecado cometido por Adão e Eva resultou na perda do paraíso, como encontra-se no Livro Gênese, do Velho Testamento.
Sexo, portanto, era sinônimo de pecado. 
Os casais eram orientados a buscar a comunhão carnal apenas com o objetivo de procriação. 
Os teólogos, buscavam fórmulas para que o sexo, que não podiam proibir, sob pena de extinguirem a raça humana, fosse minimizado na vida familiar e exercitado não como parte da comunhão afetiva, mas exclusivamente para a procriação.
O sexo era vedado aos domingos, dias consagrados ao Senhor; no jejum de quarenta dias, antes da Páscoa; vinte dias antes do Natal; dias antes de Pentecostes; três ou mais dias antes de receber a comunhão; durante o período menstrual, semanas entes e depois do parto . . .
Quanto menos tempo disponível, menos pecado. 
Para conter os fiéis apregoava-se que o sexo nos períodos proibidos gera filhos deficientes físicos e mentais e doenças como a lepra e a tuberculose. 
Vítimas inocentes das supostas artes do original casal, estamos todos maculados pelo seu “pecado”. 
Todos menos Maria. 
Por graça de exceção ela teria nascido pura, imaculada. 
A idéia da “imaculada conceição” gerou um problema para os teólogos. Segundo o dogma do pecado original experimentamos a morte por causa dele. Então, se Maria nasceu sem essa mácula não poderia morrer. 
Resolveu-se a questão com outro dogma: a assunção de Maria. 
Ela não morreu. 
Foi arrebatada aos céus em corpo e espírito! 
Não há limites para a fantasia quando renunciamos à lógica e ao bom senso.
Kardec situa Maria como a imaculada, não sob o ponto de vista físico, mas espiritualmente. 
Porque para nós espírita SEXO não é pecaminoso.
Pecaminoso é a maneira que alguns utilizam o SEXO. 
Porque este foi feito para gerar vida, e muitos acham que a vida foi feita para o sexo.
Se sexo fosse errado, Deus teria arrumado outro meio para que seus filhos fossem gerados na Terra. Portanto, para nós espíritas, Maria será sempre um grande espírito, tenha ela sido virgem ou não.

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