segunda-feira, 21 de novembro de 2011

"Só observando."


O padre de uma igreja decidiu me observar e as pessoas que entravam para orar. A porta se abriu e eu entrei de camisa esfarrapada adentrou pelo corredor central.

Eu me  ajoelhei, inclinei a cabeça, levantei-me e fui embora. Nos dias seguintes, sempre ao meio-dia, a mesma cena se repetia.
Cada vez que me ajoelhava por alguns instantes, deixava de lado a minha marmita.

A curiosidade do padre crescia e também o receio de que eu fosse um assaltante, então decidiu aproximar-se e perguntar o que eu fazia ali.  Disse que trabalhava numa fábrica, num outro bairro da cidade e que era "pecador da calçada".

Disse que o almoço havia sido há meia hora atrás e que reservava o tempo restante para orar, que
ficava apenas alguns momentos porque a fábrica era longe dali.
E disse a oração que fazia:
'Vim aqui novamente, Senhor, só pra lhe dizer quão feliz eu tenho sido desde que nos tornamos amigos e que o Senhor me livrou dos meus pecados. Não sei bem como devo orar, mas eu penso em você todos os dias.
Assim, Jesus, hoje estou aqui, só observando.'
O padre, um tanto aturdido, disse-me que eu era  bem-vindo e que viesse à igreja sempre que desejasse.
'É hora de ir' - Eu disse  sorrindo.
Agradeceu e dirigiu-se apressadamente para a porta.
O padre joelhou-se diante do altar, de um modo como nunca havia feito antes.
Teve então, um lindo encontro com Jesus.
Enquanto lágrimas escorriam por seu rosto, ele repetiu a oração do velho homem...
'Vim aqui novamente, Senhor, só pra lhe dizer quão feliz eu tenho sido desde que nos tornamos amigos e que o Senhor me livrou dos meus pecados. Não sei bem como devo orar mas penso em você todos os dias.
Assim, Jesus, hoje estou aqui, só observando.'
Certo dia, o padre notou que eu não havia aparecido.
Percebendo a minha ausência se estendeu pelos dias seguintes, começou a ficar preocupado. Foi à fábrica perguntar por mim e descobriu que estava enfermo.
Durante a semana em que eu estive no hospital, a rotina da enfermaria mudou. Minha alegria era contagiante.
A chefe das enfermeiras, contudo, não pôde entender porque um homem tão simpático como eu não recebia flores, telefonemas, cartões de amigos, parentes.... Nada!
Ao encontrá-me, o padre colocou-se ao lado de minha cama. Foi quando eu ouviu o comentário da enfermeira:
- "Nenhum amigo veio pra mostrar que se importa com ele. Ele não deve ter ninguém com quem contar!!"
Parecendo surpreso, eu me  virei
para o padre e disse com um largo sorriso:
- A enfermeira está enganada, ela não sabe, mas desde que estou aqui, sempre ao meio-dia ELE VEM! Um querido amigo meu, que se senta bem junto a mim, Ele segura minha mão, inclina-se em minha direção e diz:
'Eu vim só pra lhe dizer quão feliz eu sou desde que nos tornamos amigos. Gosto de ouvir sua oração e penso em você todos os dias.
Agora sou eu quem o está observando... e cuidando! '
Jesus disse: 'Se vós tendes vergonha de mim, também me envergonharei de vós diante do meu Pai.'

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