sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

"Comunicação com Espírito na Igreja católica"




Padres católicos revelam fatos surpreendentes sobre a comunicação com o além
O diálogo com os mortos não deve ser interrompido porque, na realidade, a vida não está limitada pelos horizontes do mundo. (Papa João Paulo II)
Um dos segredos guardados pela Igreja Católica acaba de ser desvendado: 
os espíritos se comunicam no seio da própria Igreja. 
A revelação veio à tona através do pesquisador de fenômenos paranormais baiano Clóvis Nunes, que conseguiu filmar e fotografar o Museu das Almas do Purgatório, em Roma, e constatou que há pelo menos 104 anos ali estão registradas marcas que legitimam a comunicação e aparições de pessoas mortas.
Tudo começou com um misterioso incêndio na inauguração de um altar, em 1897. 
Os fiéis, ao apagarem o fogo, perceberam no mármore a marca de um rosto atormentado de um homem. 
O curioso, segundo Clóvis, é que não havia qualquer combustível no local. Padre Victory Juet e outros entenderam que a materialização daquele rosto, cujos resíduos estão intactos até hoje, se tratava de um fenômeno paranormal insólito.
Com o tempo, o acervo foi se ampliando, com peças vindas de outras igrejas. 
As relíquias são imagens surpreendentes e revelam que as comunicações espirituais na Igreja são evidentes e acontecem em diferentes épocas. 
Em entrevista exclusiva, ele nos relata detalhes de sua ousadia em driblar a segurança para desvendar os mistérios. 
Cita casos de padres que admitem a comunicabilidade com os espíritos, escrevem livros e fazem conferências sobre o assunto.
Revela o depoimento do papa João Paulo II, no dia de finados de 1983, na Praça de São Pedro, em Roma, para mais de 20 mil pessoas:
 "O diálogo com os mortos não deve ser interrompido porque, na realidade, a vida não está limitada pelos horizontes do mundo". 
Este foi relatado pelo padre Gino Concetti, diretor do Observatório Romano, ao publicar uma série de informações oficiais do Vaticano, que legitima o intercâmbio entre vivos e mortos, desde que esteja vinculado a uma ética adequada de uma postura positiva, dentro da construção de valores espirituais para com os interesses da religião.
"Essa frase legitima, de uma forma muito clara, a posição do papa, com relação ao diálogo com os mortos, e a atual posição da igreja que ao longo do tempo vem sofrendo modificações", conclui Clóvis.
 
Museu esconde o mistério
O Museu das Almas do Purgatório foi criado pela Igreja no início do século passado pelo padre Victory Juet, que pertencia à Ordem do Sagrado Coração de Jesus, fundada em 1854 pelo padre Chevalier, com a finalidade de proferir missa e orações em sufrágio das almas em sofrimento. 
Esta organização se desenvolveu em Roma a partir do trabalho de Juet que se transformou numa das maiores personalidades de sua época. 
Foi procurador de Roma, amigo pessoal e de extrema confiança do Papa Pio X.
Em 15 de novembro de 1897, quando se havia adornado o altar para uma festa, em comemoração às conquistas para construção do grande santuário, que é hoje a igreja, aconteceu o incêndio misterioso. Victory Juet e os fiéis deduziram que seriam almas do purgatório pedindo preces para aliviar seus sofrimentos no Além, uma vez que a igreja estava sendo construída para isso, além de uma demonstração real de que a Igreja seria necessária. 
A partir daí, o padre, impressionado, comunicou ao papa e às autoridades eclesiásticas, empreendeu muitas viagens pelos países europeus, buscando testemunhos, provas e sempre investigando para inserir outras comunicações semelhantes.
Depois de algum tempo e de uma grande quantidade de material selecionado ele fundou o primeiro Museu Cristão de Além Túmulo, com autorização do papa, para legitimar todas as peças que registram aparições de comunicação espírita entre padres e freiras. 
"Hoje o museu tem a quantidade de peças resumidas, mas é o registro dessas aparições durante muitos anos em diversas igrejas e diversas partes do mundo", destaca Clóvis.
Segundo ele, a igreja admite, através do museu, a comunicação entre os vivos e os mortos. 
"Ali está uma testemunha autêntica da imortalidade, da comunicabilidade com os espíritos, muito embora 90% ou mais dos padres desconheçam este museu, pois foi instituído por uma Ordem e somente os padres que estão ligados a ela, o Sagrado Coração de Jesus, sabe da sua existência. 
Mas se o papa Pio X autorizou sua criação e se o fenômeno aconteceu ali é porque desde aquela época a Igreja admite a comunicação com os mortos. 
Não explicitamente para o público, mas entre as autoridades eclesiásticas, acreditamos que isso é um fato de algum tempo. 
Portanto, mais de 100 anos que estas peças registram silenciosamente fatos incontestáveis de que os espíritos se comunicam dentro do seio da Igreja Católica", analisa.
 
O teor das mensagens
Algumas das comunicações destes padres eram o mal uso, por exemplo, das ofertas da missa e depois com a consciência culpada vinham dizer onde estava este dinheiro guardado. 
Outras foram de freiras que vinham dizer às irmãs que a vida continuava depois da morte. 
Também uma grande parte de casos de espíritos em sofrimento que voltavam pedindo para celebrar missa para alívio das dores e das perturbações da alma.
Como a Igreja Católica tem a leitura do Além em três níveis de realidades, explica Clóvis: os bons vão para o Céu; os maus vão para o Inferno e os que não são totalmente nem bons nem totalmente maus ficam temporariamente no Purgatório, como a maioria das comunicações vieram solicitando preces, a Igreja atribuiu este nome de Museu das Almas do Purgatório, após a morte do padre Victory Juet, porque o nome original era Museu Cristão de Além Túmulo.
No começo do século passado, o padre Victory Juet abriu o museu para o público no mesmo período que a igreja foi aberta ao culto, em 1917. 
A partir de então, o museu passou a despertar muita curiosidade, interpretações precipitadas e equivocadas e a Igreja resolveu então reservar estas informações porque a maioria das interpretações que se dava ao Museu das Almas do Purgatório era relacionada com o satanismo. 
Os leigos interpretavam as comunicações como algo demoníaco. Isso perturbou não só a fé dos fiéis como também contribuiu para uma má informação do pensamento da doutrina cristã da Igreja. 
Daí a igreja não liberar mais a visitação, para preservar a contextualização religiosa.
 
O Espiritismo existe
E a comunicação entre vivos e mortos  existe. 
O padre Gino Concetti, de viva voz, respondeu à reportagem do Fantástico: 
Eu acredito e me baseio num fundamento teológico que é o seguinte: 
todos nós formamos em Cristo um corpo místico, do qual Cristo é o soberano. 
De Cristo emanam muitas graças, muitos dons, e se somos todos unidos, formamos uma comunhão. 
E onde há comunhão, existe também comunicação".
Padre Gino Concetti foi mais além, ao afirmar que "o espiritismo existe, há sinais na Bíblia, na Sagrada Escritura, no Antigo Testamento. 
Mas não é do modo fácil como as pessoas acreditam. 
Nós não podemos chamar o espírito de Michelangelo, ou de Rafael. 
Mas como existem provas na Sagrada Escritura, não se pode negar que exista esta possibilidade de comunicação".
Concetti recebeu ainda eco ou reforço do teólogo Sandro Register: 
"A Igreja acredita que seja possível uma comunicação entre este mundo e o outro mundo. 
A Igreja já tem convicção de que esta comunicação existe. 
A Igreja se sente peregrina, porque vive na terra e possui uma pátria no céu".
Ao admitir a possibilidade do diálogo espiritual, padre Concetti faz questão de ressaltar que este ato não será pecado desde que sob a inspiração da fé e que se evite a prática de idolatria, a necromancia, a superstição e o esoterismo. 
Justifica que não se pode brincar com as "almas dos trespassados" e nem evocá-las por motivos fúteis, para obter por exemplo número de loterias Isso tudo de acordo com entrevista publicada no Jornal Ansa, em Itália – novembro de 1996.
A sustentação do Cristianismo
O parapsicólogo Clóvis Nunes observa que o Museu das Almas representa para os cristãos a certeza da fé no Além, e analisa: 
"O mistério do Cristianismo nasceu desta comunicação com o Além. 
Desde o nascimento de Cristo, anunciado por um espírito, até mesmo a sustentação do Cristianismo, porque este só se tornou sustentável quando Jesus ressurgiu dos mortos, no terceiro dia. 
A partir daí, o Cristianismo se legitimou e outros fenômenos incríveis da história foram legitimados pela comunicação entre vivos e mortos".
"Outro aspecto importante, prossegue o pesquisador, foi a conversão de Paulo de Tarso, na estrada de Damasco, quando se deparou com o espírito de Jesus, que perguntou-lhe: 
'Saulo, Saulo, por que me persegues?'
Ele caiu cego do cavalo. 
O Cristo já havia morrido quando este contato aconteceu. 
Então, o mistério do Cristianismo é o ressurgimento de Jesus do Além e a convicção dos cristãos, dos discípulos, dos apóstolos somente foram construídos depois da certeza inabalável que Jesus vivia após a morte. Isso foi a redenção do Cristianismo, que começa depois da cruz".
A relação disso tudo com o museu, para Clóvis, é que ele faz a ponte, porque durante todos estes séculos houve um grande muro de silêncio entre vivos e mortos por parte da Igreja e que acaba de ser derrubado, demonstrando que a imortalidade da alma é a continuidade da vida e que este silêncio que as religiões cristãs fizeram, mesmo falando de eternidade, nunca criaram as condições possíveis para o diálogo com esta eternidade.
"O museu mostra que o diálogo pode ter sido evitado, mas foi natural.
Agora com a revelação daquele local, acredito que muitos cristãos vão pensar um pouco mais", prevê.
 
Programa mostrou tudo
Durante cerca de quinze minutos, Clóvis mostrou no programa Fantástico, da Rede Globo, pela primeira vez no Mundo, imagens surpreendentes que revelam que as comunicações de espíritos.
"Acredito que devem ter havido muito mais comunicações. 
Só o padre Victory obteve mais de 240 peças. 
A maioria das imagens do museu é original. 
Há resíduos reais das peças, inclusive a do incêndio ainda está lá, escondida por três pequenas portas de madeira e pintado uma amadona com dois anjos, mas conseguimos filmar", detalha Clóvis e arremata.
"As peças são registros insólitos de fatos paranormais, exclusivos, maravilhosos e extraordinários. 
Enfim, o museu é a concentração de evidências indiscutíveis de que a morte não nos mata, a vida continua e podemos nos comunicar com aqueles que se foram na frente". 
Clóvis Nunes é consultor da Rede Globo de Televisão para assuntos paranormais. 
Foi ele quem enfrentou o padre Quevedo no quadro dominical "O Caçador de Enigmas", no Fantástico.

 
O acesso às informações
Clóvis Nunes teve acesso às informações através de dois grandes amigos.
Um pesquisador muito importante do mundo da ciência paranormal, que é o parapsicólogo mineiro Henrique Rodrigues, que lhe falou a primeira vez sobre o museu. 
Posteriormente leu alguma coisa na literatura de parapsicologia e mais tarde outro grande amigo, um padre da Ordem de São Sulplício, escritor que vivia em Paris e uma autoridade no mundo das pesquisas, o padre François Brune (foto), lhe certificou que o museu existia. 
De passagem à Itália, há uns seis anos atrás visitou o museu de uma forma muito rápida, os padres não explicaram detalhes, mas ele insistiu e arremata os resultados.
"Foi tudo de forma passageira sem dar muita importância, mas nós que fazemos pesquisas sobre paranormalidade vimos naquele museu que se ocultava um tesouro de formações maravilhosas de comunicações com o Além e a certeza da eternidade. 
Vim com o projeto de voltar ali para registrar e documentar as suas peças e somente agora isso foi possível".
Publicado no jornal Tribuna Espírita - Dezembro 2001

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