sábado, 9 de maio de 2015

"A menina com seu poder oculto"

Um homem mau, com a ajuda de um mau Espírito que lhe é devotado,não pode fazer o mal a seu próximo pois a Lei de Deus não o permite.
A crença no poder que certas pessoas tem de enfeitiçar outras pessoas sedá pelo poder magnético muito grande do qual podem fazer mau uso e se seu próprio Espírito é mau,nesse caso, podem ser ajudados por outros maus Espíritos. Entretanto, não devemos acreditar nesse pretenso poder oculto que está apenas na imaginação das pessoas supersticiosas, ignorantes das verdadeiras leis da natureza. 
Os fatos que citam para comprovar o seu poder são fatos naturais mal observados e, principalmente, mal compreendidos.
O efeito das fórmulas e práticas com que algumas pessoas pretendem dispor da cooperação dos Espíritos maus é de torná-las ridículas se forem pessoas de boa-fé. Caso contrário, são patifes que merecem castigo. Todas as fórmulas são enganosas; não há nenhuma palavra sacramental, nenhum sinal cabalístico, nenhum talismã que tenha qualquer ação sobre os Espíritos, porque eles são atraídos somente pelo pensamento e não pelas coisas materiais.
Alguns Espíritos às vezes, ditam fórmulas cabalísticas que indicam sinais, palavras esquisitas ou prescrevem alguns atos com a ajuda dos quais fazem o que se chama de "tramas secretas";  de uma certa forma,devemos ficar bem certos: "são Espíritos que zombam e abusam de nossa credulidade"
Aquele que, errado ou certo, tem confiança no que chama virtude de um talismã, não pode por essa própria confiança atrair um Espírito, já que é o pensamento que age, o talismã será apenas um sinal que ajuda a dirigir o pensamento,mas a natureza do Espírito atraído depende da pureza da intenção e da elevação dos sentimentos; portanto, devemos crer que aquele que é tão simples para acreditar na virtude de um talismã não tenha um objetivo mais material do que moral. Além do mais, em todos os casos, isso indica uma inferioridade e fraqueza de idéias que o expõem aos Espíritos imperfeitos e zombeteiros.
O sentido que se deve dar à qualificação de feiticeiro é aquele dotado de algumas faculdades, como o poder magnético ou a dupla vista. Então, como fazem coisas que muita gente não compreendem, acreditam que são dotados de um poder sobrenatural. Muitos Radiestesistas, freqüentemente, têm passado por "feiticeiros" aos olhos das pessoas ignorantes.
 O Espiritismo e o magnetismo nos dão a chave de uma multidão de fenômenos sobre os quais a ignorância teceu uma infinidade de fábulas em que os fatos são exagerados pela imaginação. O conhecimento esclarecido dessas duas ciências, que por assim dizer são apenas uma, mostrando a realidade das coisas e sua verdadeira causa, é a melhor defesa contra as idéias supersticiosas, porque mostra o que é possível e o que é impossível, o que está nas leis da natureza e o que é apenas uma crença ridícula.
Algumas pessoas têm verdadeiramente o dom de curar pelo simples toque,mas não devemos confundir com um "poder magnético";pode chegar a esse ponto quando se alia à pureza dos sentimentos e um ardente desejo de fazer o bem, porque os bons Espíritos vêm em sua ajuda, mas é preciso desconfiar da maneira como as coisas são contadas por pessoas muito crédulas ou entusiasmadas, sempre dispostas a ver o maravilhoso nas coisas mais simples e naturais. É preciso, também, desconfiar das narrações interesseiras das pessoas que exploram a credulidade em seu proveito.
Uma bênção ou uma maldição podem atrair o bem e o mal sobre aqueles em quem são lançados,mas Deus não escuta uma maldição injusta e aquele que a pronuncia é culpado a seus olhos. Como temos os dois opostos, o bem e o mal, ela pode ter uma influência momentânea, até mesmo sobre a matéria; mas essa influência ocorre apenas pela vontade de Deus e como acréscimo de prova para aquele que dela é objeto. Além disso, muitas vezes, se maldizem os maus e se abençoam os bons. A bênção e a maldição não podem nunca desviar a Providência do caminho da justiça e nunca atinge o maldito senão quando é mau. A sua proteção cobre apenas aquele que a merece.
Não há nada de verdadeiro nos pactos com os maus Espíritos, mas uma natureza má simpatiza com Espíritos maus. Por exemplo: queres atormentar o teu vizinho e não sabes como fazê-lo: chamas então os Espíritos inferiores que, como tu, só querem o mal, e pura te ajudar querem que também os sirvas nos seus maus desígnios. Mas disto não se segue que o teu vizinho não possa se livrar deles por uma conjuração contrária ou pela sua própria vontade. Aquele que deseja cometer uma ação má, pelo simples fato de o querer chama em seu auxílio os maus Espíritos, ficando obrigado a servi-los como eles o auxiliam, pois eles também necessitam dele para o mal que desejam fazer. É somente nisso que consiste o pacto.
A dependência em que o homem se encontra, algumas vezes, dos Espíritos inferiores, provém da sua entrega aos maus pensamentos que eles lhe sugerem e não de qualquer espécie de estipulações feitas entre eles. O pacto, no sentido comum atribuído a essa palavra, é uma alegoria que figura uma natureza má simpatizando com Espíritos malfazejos.
Do mesmo modo, o sentido das lendas fantásticas segundo as quais certos indivíduos teriam vendido sua alma a Satanás em troca de favores encerram um ensinamento e um sentido moral e o  erro é torná-los ao pé da letra. Essa é uma alegoria que se pode explicar assim: aquele que chama em seu auxílio os Espíritos para deles obteres dons da fortuna ou qualquer outro favor se rebela contra a Providência, renuncia à missão que recebeu e às provas que deve sofrer neste mundo e sofrerá as conseqüências disso na vida futura. Isso não quer dizer que sua alma esteja para sempre condenada ao sofrimento. Mas, porque em vez de se desligar da matéria ele se afunda cada vez mais, o gozo que preferiu na Terra não o terá no mundo dos Espíritos, até que resgate a sua falta através de novas provas, talvez maiores e mais penosas. Por seu amor aos gozos materiais coloca-se na dependência dos Espíritos impuros: estabelece-se entre eles um pacto tácito, que o conduz à perdição, mas que sempre, lhe será fácil romper com a assistência dos bons Espíritos, desde que o queira com firmeza.

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