O magnetismo animal produzido pelo fluido do homem é o magnetismo humano; aquele
que provém do fluido dos Espíritos é o magnetismo espiritual.
O
fluido magnético tem, pois, duas fontes muito distintas:
os Espíritos
encarnados e os Espíritos desencarnados.
Essa diferença de origem produz
uma diferença muito grande na qualidade do fluido e em seus efeitos.
O fluido humano é sempre mais ou menos impregnado das impurezas físicas e morais do
encarnado; o dos bons Espíritos é necessariamente mais puro e, por isto
mesmo, tem propriedades mais ativas que levam a uma cura mais rápida.
Mas, passando por intermédio do encarnado, pode-se alterar como uma água
límpida passando por um vaso impuro, como todo remédio se altera se
permanece em um vaso impróprio, e perde em parte suas propriedades
benfazejas.
Daí, para todo verdadeiro médium curador, a necessidade absoluta de
trabalhar em sua depuração, quer dizer, em sua melhoria moral, segundo
este princípio vulgar:
limpai o vaso antes de vos servir dele, se
quereis ter alguma coisa de bom.
Só isto basta para mostrar que o
primeiro que chega não poderia ser médium curador, na verdadeira acepção
da palavra.
O
fluido espiritual é tanto mais depurado e benfazejo quanto o Espírito
que o fornece é, ele mesmo, mais puro e mais desligado da matéria.
Concebe-se que o dos Espíritos inferiores deve se aproximar do homem e
pode ter propriedades malfazejas, se o Espírito for impuro e animado de más intenções.
Pela
mesma razão, as qualidades do fluido humano apresenta nuanças infinitas
segundo as qualidades físicas e morais do indivíduo; é evidente que o
fluido saindo de um corpo malsão pode inocular princípios mórbidos no
magnetizado.
As qualidades morais do
magnetizador, quer dizer, a pureza de intenção e de sentimento, o desejo
ardente e desinteressado de aliviar seu semelhante, unido à saúde do
corpo, dão ao fluido um poder reparador que pode, em certos indivíduos
se aproximar das qualidades do fluido espiritual.
Seria,
pois, um erro considerar o magnetizador como uma simples máquina na
transmissão fluídica.
Nisto como em todas as coisas, o produto está em
razão do instrumento e do agente produtor.
Por estes motivos, haveria imprudência em se submeter à ação magnética do primeiro desconhecido; abstração feita dos conhecimentos práticos indispensáveis, o fluido do magnetizador é como o leite de uma nutriz: salutar ou insalubre.
O
fluido humano sendo menos ativo, exige uma magnetização prolongada e um
verdadeiro tratamento, às vezes, muito longo; o magnetizador,
dispensando seu próprio fluido, se esgota e se fatiga, porque é de seu
próprio elemento vital que ele dá; é porque deve, de tempos em tempos
recuperar suas forças.
O fluido espiritual, mais poderoso em razão de
sua pureza, produz efeitos mais rápidos e, frequentemente, quase
instantâneos.
Esse fluido não sendo o do magnetizador, disto resulta que
a fadiga é quase nula.
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