segunda-feira, 4 de março de 2013

"Magnetismo do passe"



O magnetismo animal produzido pelo fluido do homem é o magnetismo humano; aquele que provém do fluido dos Espíritos é o magnetismo espiritual.
 

O fluido magnético tem, pois, duas fontes muito distintas: 


os Espíritos encarnados e os Espíritos desencarnados. 


Essa diferença de origem produz uma diferença muito grande na qualidade do fluido e em seus efeitos. 

O fluido humano é sempre mais ou menos impregnado das impurezas físicas e morais do encarnado; o dos bons Espíritos é necessariamente mais puro e, por isto mesmo, tem propriedades mais ativas que levam a uma cura mais rápida. 



Mas, passando por intermédio do encarnado, pode-se alterar como uma água límpida passando por um vaso impuro, como todo remédio se altera se permanece em um vaso impróprio, e perde em parte suas propriedades benfazejas. 


Daí, para todo verdadeiro médium curador, a necessidade absoluta de trabalhar em sua depuração, quer dizer, em sua melhoria moral, segundo este princípio vulgar:


limpai o vaso antes de vos servir dele, se quereis ter alguma coisa de bom.  


Só isto basta para mostrar que o primeiro que chega não poderia ser médium curador, na verdadeira acepção da palavra.

 
 


O fluido espiritual é tanto mais depurado e benfazejo quanto o Espírito que o fornece é, ele mesmo, mais puro e mais desligado da matéria.


Concebe-se que o dos Espíritos inferiores deve se aproximar do homem e pode ter propriedades malfazejas, se o Espírito for impuro e animado de más intenções.
 
Pela mesma razão, as qualidades do fluido humano apresenta nuanças infinitas segundo as qualidades físicas e morais do indivíduo; é evidente que o fluido saindo de um corpo malsão pode inocular princípios mórbidos no magnetizado.


As qualidades morais do magnetizador, quer dizer, a pureza de intenção e de sentimento, o desejo ardente e desinteressado de aliviar seu semelhante, unido à saúde do corpo, dão ao fluido um poder reparador que pode, em certos indivíduos se aproximar das qualidades do fluido espiritual.
 
Seria, pois, um erro considerar o magnetizador como uma simples máquina na transmissão fluídica. 


Nisto como em todas as coisas, o produto está em razão do instrumento e do agente produtor. 


Por estes motivos, haveria imprudência em se submeter à ação magnética do primeiro desconhecido; abstração feita dos conhecimentos práticos indispensáveis, o fluido do magnetizador é como o leite de uma nutriz: salutar ou insalubre.
 
O fluido humano sendo menos ativo, exige uma magnetização prolongada e um verdadeiro tratamento, às vezes, muito longo; o magnetizador, dispensando seu próprio fluido, se esgota e se fatiga, porque é de seu próprio elemento vital que ele dá; é porque deve, de tempos em tempos recuperar suas forças.


 O fluido espiritual, mais poderoso em razão de sua pureza, produz efeitos mais rápidos e, frequentemente, quase instantâneos. 


Esse fluido não sendo o do magnetizador, disto resulta que a fadiga é quase nula.
 

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